sábado, 6 de abril de 2013

Nível da água baixou 60% na Lagoa do Banana

Até mesmo os passeios de barcos e jet-skis estão comprometidos devido à pouca profundidade da lagoa
A falta de chuvas também está afetando frequentadores, comerciantes e moradores da Lagoa do Banana, localizada no Cumbuco, a 29 quilômetros da Capital, no município de Caucaia. O nível da água diminuiu cerca de 60% somente neste ano.

Hoje, pular de cima de qualquer uma das pontes é perigoso por causa da pequena profundidade fotos: waleska santiago


Quem chega no local pode verificar tranquilamente a diferença da paisagem em relação aos anos anteriores. Hoje, a margem da lagoa fica bastante longe das casas e também dos estabelecimentos comerciais que estão no entorno.

Além disso, as diversas pontes que antes pareciam pequenas devido à proximidade com a água, hoje, se destacam pela sua distância da lagoa. Pular de cima de qualquer uma delas representa um perigo por causa da pequena profundidade.

Desde 1988, a dona de casa Ana Neri não via a Lagoa do Banana secar da maneira como ocorre agora. "O nível da água começou a diminuir somente neste ano. Acho que isso aconteceu por causa da falta de chuvas", lembra.

Ela disse que, em algumas partes, é possível atravessar de uma margem à outra a pé sem nenhum tipo de problema. "Antigamente, a água avançava bastante e chegava bem perto das casas. Hoje está muito distante".

O cenário do dia 3 de setembro de 2012 dá uma noção do quanto representa a atual redução do nível da água na Lagoa do Banana, na cidade de Caucaia


Para a dona de casa, o maior problema tem sido a redução do número de clientes que têm frequentado o estabelecimento em que trabalha. "Hoje, quando as pessoas vão entrar na lagoa colocam o pé na lama em vez da areia, e a maioria não gosta", diz.

Devido ao cenário de seca presente no Estado, ela teme que, sem as chuvas, o número de visitantes caia ainda mais e os prejuízos acabem sendo muito grandes para todos os comerciantes daquela área.

A esperança era que as chuvas chegassem após o dia de São José, 19 de março, mas a situação não mudou desde que a data passou. "A gente depende disso aqui para viver e, por isso, ficamos bastante preocupados. Somente onde eu vivo moram quatro famílias que tiram o sustento da lagoa", reclamou Ana.

Paisagem
O comerciante Augusto Neves afirmou que, devido à estiagem, até mesmo a paisagem da Lagoa do Banana foi modificada. "Hoje, é possível ver muitos bancos de areia em alguns pontos da lagoa. No começo do ano, por exemplo, era impossível a gente ver isso", comentou.

Portanto, até os passeios de barco estão sendo prejudicados com a falta de chuvas, explicou Neves. Com a pouca profundidade, os barcos e jet-skis não conseguem navegar corretamente. Dessa forma, o comerciante acaba ouvindo bastante reclamações de seus clientes.

Redução significativa
De acordo com o presidente do Instituto do Meio Ambiente Municipal de Caucaia (Imac), João Arthur Pessoa de Carvalho, por causa da estiagem, os níveis de água das lagoas do município tiveram uma redução significativa. "Há muito tempo não víamos algo assim. Na Lagoa do Banana, foi registrada uma diminuição de 60% no nível da água", frisou.

Para que a seca não prejudique ainda mais os mananciais, explicou Carvalho, são realizadas campanhas de educação ambiental para a limpeza do local. Essas ações têm o objetivo de diminuir o número de morte de peixes e evitar outros problemas relacionados ao período de seca. "Todas as lagoas de Caucaia são importantes para o município por causa do turismo", afirmou o presidente do Imac.

FIQUE POR DENTRO
Manancial é o maior de todo o município
Além de ser o maior corpo d´água de Caucaia, a Lagoa do Banana - localizada em um cenário que abriga no seu entorno a Praia do Cumbuco - também é a mais conhecida entre todas.

Tem seis quilômetros de extensão, emerge entre as dunas da praia do Cumbuco, mas tem grande parte de suas margens tomadas por casas de veraneio ou estabelecimentos comerciais, o que torna o espaço restrito para banho.

Mas essa questão não impede que um grande número de pessoas frequente o local. Por lá, é sempre possível encontrar atletas praticando windsurf, caiaque e também jet-ski quase todos os dias.

THIAGO ROCHAREPÓRTER
Diário do Nordeste

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