O PT cearense não romperá com o Governo do Estado, como deseja a prefeita Luizianne Lins. A direção nacional do partido ouviu todos os lamentos do grupo perdedor das eleições municipais em Fortaleza, mas não esboçou reação positiva à pretensão da prefeita, estimulando, com o seu silêncio, os líderes das demais tendências petistas cearenses a discutir, mesmo informalmente, uma posição contrária ao do rompimento.
Luizianne Lins, Rui Falcão e Artur Bruno, um dos que defendem a manutenção da aliança com o PSB, respeitando a bancada municipal FOTO: TUNO VIEIRA
Prevalece, no momento, a proposta vista como menos ofensiva à prefeita, uma das principais lideranças da agremiação e presidente do diretório estadual, de o PT tratar, com o governador Cid Gomes, uma repactuação da aliança. Um sofisma, na verdade. A maioria quer fazer voltar a situação anterior à recente disputa pela Prefeitura da Capital, embora com atenções voltadas para as eleições estaduais de 2014, sem o envolvimento da própria Luizianne, em razão da profundidade do fosso aberto com as discussões entre ela e Cid.
Esse grupo que isola a prefeita, trabalhando, nos bastidores, para evitar um esgarçamento maior na relação institucional com o PSB local tem, implicitamente, o apoio do comando central da agremiação, cuja orientação transmitida é a de desenvolver esforços no sentido de ajudar na manutenção das alianças nacionais, em que está na primeira fila, ao lado do PMDB, o partido do governador, ambos publicamente, comprometidos com a reeleição da presidente Dilma Rousseff, apesar da movimentação do governador pernambucano, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, sugerindo estar com pretensões de chegar já ao Planalto.
Maioria
O diretório estadual do PT, onde a questão do rompimento da aliança no Ceará deverá ser discutida, ainda não tem data para se reunir, embora alguns defendam que isso deva acontecer imediatamente após o encontro do diretório nacional, nos dias 7 e 8 próximos, em Brasília.
A previsão de outros leva o evento para o início do próximo ano quando a presidente estadual já não mais for prefeita, consequentemente, com menos força para defender o seu propósito, inadmissível pela maioria dos seus companheiros de sigla, fora do espaço municipal.
Na agenda de discussões da cúpula nacional petista, em Brasília, nesta semana, não consta o problema do Ceará, nem de qualquer outro Estado. A pauta é eminentemente nacional. É possível até que a própria Luizianne venha a suscitá-lo, mas o sentimento dos cearenses outros, participantes daquele agrupamento, é de deixar o debate restrito à instância local, onde a prefeita será vencida pela união de deputados estaduais e federais.
No plano municipal, mesmo fazendo restrições, os petistas defensores da manutenção da aliança com o Governo cearense não questionam a posição adotada pelo partido em relação à administração de Roberto Cláudio, a partir do próximo mês. Além do fato de o controle do diretório municipal ser da prefeita e a derrota nas urnas ter encaminhado o partido para a oposição, acrescente-se ser esse gesto um trunfo dos que a isolam na esfera estadual, para dizerem que não estão espezinhando-a.
Denúncia
Trinta e cinco dias depois de conhecido o resultado da eleição que garantiu a vitória de Roberto Cláudio, o PT, como prometeu o seu candidato derrotado Elmano de Freitas, não apresentou a comprovação de vício na eleição, por compra de votos e outros delitos.
A denúncia sobre motos da Polícia Militar encontradas entre os dias 5 e 30 de outubro em um depósito, supostamente para retirar o policiamento das ruas e deixar livres os pretensos fraudadores do pleito, não tem consistência, no entender do procurador eleitoral, Márcio Torres que, mesmo assim, recomendou a abertura de investigação pela promotora da 114ª zona eleitoral, Janimeire Benevides.
Pela contundência da denúncia, a expectativa que criou junto aos incautos e no seio da própria agremiação, o PT, na pessoa do então candidato Elmano de Freitas, bem como o PR, do ex-governador Lúcio Alcântara e do Professor Mourão, que era o vice, avalista da denúncia, precisam vir a público, com ou sem os elementos probatórios, dar satisfações para que não fiquem com suas honras tingidas.
EDISON SILVA
Luizianne Lins, Rui Falcão e Artur Bruno, um dos que defendem a manutenção da aliança com o PSB, respeitando a bancada municipal FOTO: TUNO VIEIRA
Prevalece, no momento, a proposta vista como menos ofensiva à prefeita, uma das principais lideranças da agremiação e presidente do diretório estadual, de o PT tratar, com o governador Cid Gomes, uma repactuação da aliança. Um sofisma, na verdade. A maioria quer fazer voltar a situação anterior à recente disputa pela Prefeitura da Capital, embora com atenções voltadas para as eleições estaduais de 2014, sem o envolvimento da própria Luizianne, em razão da profundidade do fosso aberto com as discussões entre ela e Cid.
Esse grupo que isola a prefeita, trabalhando, nos bastidores, para evitar um esgarçamento maior na relação institucional com o PSB local tem, implicitamente, o apoio do comando central da agremiação, cuja orientação transmitida é a de desenvolver esforços no sentido de ajudar na manutenção das alianças nacionais, em que está na primeira fila, ao lado do PMDB, o partido do governador, ambos publicamente, comprometidos com a reeleição da presidente Dilma Rousseff, apesar da movimentação do governador pernambucano, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, sugerindo estar com pretensões de chegar já ao Planalto.
Maioria
O diretório estadual do PT, onde a questão do rompimento da aliança no Ceará deverá ser discutida, ainda não tem data para se reunir, embora alguns defendam que isso deva acontecer imediatamente após o encontro do diretório nacional, nos dias 7 e 8 próximos, em Brasília.
A previsão de outros leva o evento para o início do próximo ano quando a presidente estadual já não mais for prefeita, consequentemente, com menos força para defender o seu propósito, inadmissível pela maioria dos seus companheiros de sigla, fora do espaço municipal.
Na agenda de discussões da cúpula nacional petista, em Brasília, nesta semana, não consta o problema do Ceará, nem de qualquer outro Estado. A pauta é eminentemente nacional. É possível até que a própria Luizianne venha a suscitá-lo, mas o sentimento dos cearenses outros, participantes daquele agrupamento, é de deixar o debate restrito à instância local, onde a prefeita será vencida pela união de deputados estaduais e federais.
No plano municipal, mesmo fazendo restrições, os petistas defensores da manutenção da aliança com o Governo cearense não questionam a posição adotada pelo partido em relação à administração de Roberto Cláudio, a partir do próximo mês. Além do fato de o controle do diretório municipal ser da prefeita e a derrota nas urnas ter encaminhado o partido para a oposição, acrescente-se ser esse gesto um trunfo dos que a isolam na esfera estadual, para dizerem que não estão espezinhando-a.
Denúncia
Trinta e cinco dias depois de conhecido o resultado da eleição que garantiu a vitória de Roberto Cláudio, o PT, como prometeu o seu candidato derrotado Elmano de Freitas, não apresentou a comprovação de vício na eleição, por compra de votos e outros delitos.
A denúncia sobre motos da Polícia Militar encontradas entre os dias 5 e 30 de outubro em um depósito, supostamente para retirar o policiamento das ruas e deixar livres os pretensos fraudadores do pleito, não tem consistência, no entender do procurador eleitoral, Márcio Torres que, mesmo assim, recomendou a abertura de investigação pela promotora da 114ª zona eleitoral, Janimeire Benevides.
Pela contundência da denúncia, a expectativa que criou junto aos incautos e no seio da própria agremiação, o PT, na pessoa do então candidato Elmano de Freitas, bem como o PR, do ex-governador Lúcio Alcântara e do Professor Mourão, que era o vice, avalista da denúncia, precisam vir a público, com ou sem os elementos probatórios, dar satisfações para que não fiquem com suas honras tingidas.
EDISON SILVA
Fonte Diário do Nordeste