terça-feira, 13 de março de 2012

Mídias sociais e o aprendizado


Uma pergunta que muitos se fazem é como usar as novas mídias sociais de modo a contribuir para o aprendizado. Redes sociais são associações de pessoas, grupos de interação e convívio característicos de cada ambiente e realidade social. Com a massificação da internet e, em especial, com a explosão do fenômeno Facebook, as redes sociais incorporaram seus elementos sociais e culturais, aliando-se ao contexto de pós-modernidade vivido nos dias atuais. Como bem define Zygmunt Bauman, sociólogo contemporâneo, é o “mundo líquido”.

“Diferentemente da sociedade moderna anterior, que chamo de modernidade sólida, que também tratava sempre de desmontar a realidade herdada, a de agora não o faz com uma perspectiva de longa duração, com a intenção de torná-la melhor e novamente sólida. Tudo está agora sendo permanentemente desmontado, mas sem perspectiva de alguma permanência. Tudo é temporário. É por isso que sugeri a metáfora da “liquidez” para caracterizar o estado da sociedade moderna: como os líquidos, ela se caracteriza pela incapacidade de manter a forma. Nossas instituições, quadros de referência, estilos de vida, crenças e convicções mudam antes que tenham tempo de se solidificar em costumes, hábitos e verdades autoevidentes. Eles (os jovens) não podem mais contar, como a antiga geração, com a natureza permanente do mundo lá fora, com a durabilidade das instituições que tinham antes toda a probabilidade de sobreviver aos indivíduos”, afirmou Bauman em uma entrevista.

Contidas nessa “liquidez”, as redes sociais espelham o modo como muitos jovens se relacionam atualmente: a banda ou o cantor preferido, o grupo de dança, o time de futebol, os amigos da sala de aula, a turma que vai a festas junta etc. O advento da internet e a massificação das mídias sociais lançam um desafio aos educadores: educar – com matrizes sólidas, milenares e científicas – alunos imersos em outro mundo. Nós, os educadores, protagonistas da educação, procuramos desenvolver uma estratégia de convertê-las ao projeto pedagógico que preconiza nossa ação docente.

Será que as redes sociais mais ajudam ou atrapalham o aprendizado? Há autores que apontam um dilema vivido nas escolas atualmente, pois somos a única geração na qual os alunos são proficientes em tecnologia e os professores, não. Assim, surge um conflito no sistema educacional: ele é concebido e implementado pelos chamados imigrantes digitais para ensinar nativos digitais, como define o renomado professor estadunidense Marc Prensky.

Sou um entusiasta do uso da tecnologia em sala de aula e percebo o envolvimento e a animação dos alunos. Creio que o uso do Twitter, Facebook, Tumblr e outras redes sociais proporcionam a oportunidade de desafiar os jovens, criando uma nova matriz líquida do aprendizado, mais condizente com suas necessidades e demandas. Mas o ponto-chave, a meu ver, é o de atingi-los nos sentidos, isto é, promover uma cultura de tolerância, solidariedade, respeito mútuo, cidadania, autonomia e protagonismo social.

Assim, podemos unir os conteúdos ministrados no cotidiano escolar com assuntos e temas da contemporaneidade ao compartilhar vídeos, enigmas, curiosidades e as últimas notícias em tempo real e elucidar fenômenos, por exemplo.

Sem dúvida, as redes sociais ajudam no cotidiano escolar. Com o advento da internet e das redes sociais, nossas aulas deixam de estar restritas ao horário e tempo físico e acabam se tornando espaços atemporais e virtuais de aprendizado, nos quais há uma construção permanente do conhecimento.

Claudio Paris
Professor 

Fonte: O Povo

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