O PDT, com o evento de amanhã, anunciando o nome do deputado estadual Heitor Férrer, como seu candidato à Prefeitura de Fortaleza, abre a temporada de apresentação de postulantes ao executivo municipal, estimulando as outras agremiações a fazerem o mesmo, embora oficialmente todas elas só possam ser concretizadas em junho, quando do período das convenções municipais, definidas pelo Calendário Eleitoral, anualmente feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As manifestações de aliados do PT e PSB cada vez mais apontam dificuldades para a manutenção da coligação iniciada em 2006, na primeira eleição de Cid Gomes para o Governo e reafirmada com as reeleições de Luizianne Lins, em 2008 e de Cid Gomes em 2010.
Há outros nomes, no campo da oposição, tidos como potenciais candidatos: senador Inácio Arruda, do PCdoB e Marcos Cals (PSDB), mas ainda esperam o desfecho do imbróglio na aliança entre o PT de Luizianne Lins e o PSB do governador Cid Gomes. O primeiro, para realmente decidir se será ou não um dos disputantes à chefia do Executivo da Capital, e o segundo, como se organizar no campo oposicionista. Se houver a coligação dos dois partidos que comandam o Governo do Estado e a Prefeitura de Fortaleza, o PR do ex-governador Lúcio Alcântara formará com um oposicionista. Caso contrário, sua tendência é de apoiar o nome apresentado por Luizianne, segundo o entendimento de alguns tucanos.
Discurso
O ato marcado pelo PDT já garante ao deputado Heitor Férrer, a partir dali, falar de fato como quem quer gerir os destinos da cidade. E como tal, o seu discurso, sem embargo da oposição que faz à administração estadual, na Assembleia, terá de se ocupar também com os problemas de Fortaleza, não só propriamente os de agora, mas os do futuro, bem à nossa vista, reclamando dos candidatos manifestações que nos permitam conhecer o grau de seus compromissos e a capacidade de solucioná-los.
Heitor é conhecido pela sua boa atuação legislativa. Tem as qualidades morais reclamadas hoje para todos quantos queiram ser detentor de mandato, mas precisa dar mostras, em seus discursos, de conhecer os problemas intrínsecos do Executivo, de como gerenciará uma máquina não tão bem azeitada como é a Prefeitura de Fortaleza, além de falar dos meios a que recorrerá para dar respostas aos problemas geradores de tormentos a muitos dos fortalezenses, nos serviços essenciais.
Heitor, pelo pouco espaço do seu partido, no horário eleitoral do rádio e da televisão, terá de fazer uso de todos os meios possíveis, já de agora, para fazer chegar o seu discurso de candidato ao eleitorado da Capital.
Aliança
Da parte dos governistas tudo continua como antes. A tendência mais forte é a de PT e PSB marcharem com candidatos diferentes. Na entrevista da prefeita Luizianne Lins, publicada ontem no Diário do Nordeste, está implícito que o candidato do PT, para ser apoiado ou não por quem queira se coligar com o partido, sairá dentre os cinco nomes relacionados para o embate, dentre eles o preferido dela que é o secretário de Educação municipal, Elmano de Freitas.
Luizianne, nas declarações, deixou muito claro ter que ser respeitada a autonomia partidária. Dois dos mais importantes aliados, o PSB e o PMDB, entendem diferente. Os dois estão fechados na questão da sucessão de Fortaleza. Os peemedebistas estarão onde os socialistas estiverem com ou sem o PT. Cid Gomes tem um encontro programado com o presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão.
Eles tratarão sobre a continuidade ou não da aliança em Fortaleza. Falcão será informado das dificuldades no relacionamento entre integrantes dos dois partidos, da necessidade de o PT, para facilitar o reordenamento da coligação, ter um candidato que transmita confiança ao eleitorado de fazer uma administração diferente da atual, da necessidade de os partidos fazerem uma administração compartilhada, o que não acontece agora, da parte do Governo municipal petista.
Ao contrário do que acontece na administração estadual, onde três secretários são deputados do PT, abrindo espaços na Assembleia para outros petistas, inclusive o líder do Governo, as figuras do PSB que existiam na Prefeitura eram ligadas a um grupo dissidente.
Nomes
Não satisfeito com os nomes colocados como prováveis candidatos do PT, o governador dirá do seu interesse em continuar aliado, mesmo contrariando a maioria dos seus liderados no PSB, mas apontará alguns nomes do partido com os quais ele poderá estar no palanque, destacando os secretários Nelson Martins e Camilo Santana, atestando a sua discordância quanto aos hoje apontados, incluindo o da preferência pessoal da prefeita.
Fonte: Diário do Nordeste
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