Desativado desde 2010, equipamento possui apenas uma estrutura de madeira rodeada por vidro e entulho)
Local já comercializou artesanato produzido pelos indígenas da região. Desativado desde 2010, equipamento deve ser reformado pela telefônica Vivo. Empresa afirma que obras devem ser retomadas ainda em junho
A antes imponente oca que chamava a atenção de quem cruzava a BR-222 em direção a Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, encontra-se abandonada. Do antigo Tapeba Centro de Produção Cultural restou apenas a estrutura de madeira que, sem palhas, pouco lembra o monumento – referência à maior comunidade indígena do Estado. Desativado desde 2010, o local funcionava por meio de uma parceria entre a Associação para Desenvolvimento Local Co-Produzido (Adelco), a Fundação Abbé Pierre (FAB) e a Associação das Comunidades dos Índios Tapeba de Caucaia (Acita). “É uma pena que o centro cultural tenha sido abandonado. Foi um esforço coletivo de muita gente e era uma identificação do povo Tapeba dentro de Caucaia”, comenta o tapeba Josemir Rodrigues, que trabalhou no local entre 2005 – ano da sua inauguração – e 2008. Segundo Josemir, após o término do acordo com a fundação francesa, ao fim de 2009, os índios tiveram dificuldade em arcar sozinhos com a manutenção do centro. “Às vezes as pessoas perguntam ‘como os índios deixaram acabar isso?’, mas elas não conseguem compreender a dificuldade que era de se manter”, completa.
De acordo com Sílvia Barbosa, coordenadora de projetos da Adelco, após o fim do contrato com a FAB, a ONG cearense não possuía mais verba para manter o centro cultural. “O custo de manutenção era alto e nós não tínhamos mais como fazer o apoio financeiro. A partir daí, havia a necessidade de surgirem novos parceiros, como o poder público, para ajudar os índios. Mas isso não aconteceu”, diz.
Segundo o presidente da Acita, Weiber Nascimento, a associação assinou um convênio com a empresa telefônica Vivo para a reconstrução do centro cultural. “A Vivo vai instalar um cabo de fibra ótica que vai passar pelas terras indígenas. Como compensação ambiental, a empresa assinou, há duas semanas, um termo de compromisso para reformar o centro”, conta. Weiber explica que a Acita também procurou o apoio da Secretaria da Cultura do Estado e da Secretaria da Cultura e Lazer de Caucaia para a reforma do equipamento, que deverá funcionar como centro para a divulgação da cultura indígena.
A Vivo, por meio de nota, informou que as obras no Tapeba Centro de Produção Cultural já foram iniciadas, mas precisaram ser interrompidas. Conforme a empresa, os trabalhos serão retomados até o fim de junho. Já a Secult, pela assessoria de imprensa, avisou desconhecer qualquer projeto enviado, até o momento, para a reconstrução do centro.
Fone: O Povo
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