O setor supermercadista diz que o percentual da redução dependerá também da indústria de alimentos
Brasília/Fortaleza. Os consumidores cearenses devem começar a sentir no bolso o resultado da desoneração dos itens da cesta básica, anunciada pela presidenta Dilma Rousseff na última sexta-feira, em aproximadamente duas semanas. É o que acredita o presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Severino Neto.
De acordo com a Abras, a carne deve ser o item com maior redução de preços, com uma queda de aproximadamente 6% FOTO: JOSÉ LEOMAR
"As empresas já estão realizando um processo contábil e a tendência é que os preços caiam daqui para frente. Provavelmente, em cerca de duas semanas o consumidor já começará a sentir a redução nos preços", afirma. "Em média, a redução para o consumidor deve ficar em 5%", completa Severino Neto.
Em alguns supermercados, os efeitos da medida já podem ser sentidos pelo consumidor. De acordo com o Grupo Pão de Açúcar, desde ontem, todas as lojas Pão de Açúcar e Extra já estão aplicando a desoneração dos impostos nos itens que participam da Medida Provisória 609/2013 que reduziu a zero as alíquotas do PIS e Cofins de itens da cesta básica. O Grupo, contudo, não disse de quanto será a redução média para os produtos, esclarecendo que "negociações comerciais e/ou políticas promocionais interferem na precificação das mercadorias e podem incidir em descontos o que inviabiliza a fixação de um percentual único de desconto e/ou redução de preços por categoria".
Indústria
O presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Fernando Yamada, disse que um repasse integral da redução dos impostos da cesta básica para os preços vai depender também da indústria alimentícia. "Acreditamos em um repasse integral, mas não depende só do setor, depende do repasse da indústria também", afirmou.
Carne terá redução de 6%
Para Yamada, a carne vai ser um dos itens com maior redução de preço, "porque estava muito onerada. Inicialmente achamos que a diferença do preço começa em torno de 6%".
Ele estimou que, para o restante dos produtos, a diminuição será de 3%, pois a "oneração era mais leve". Yamada salientou também que, no caso de material de higiene pessoal, o impacto será "muito forte".
Reunião com o setor
Após reunião com representantes de supermercados e da indústria alimentícia, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que os empresários do setor se comprometeram a repassar a redução de tributos federais da cesta básica o mais depressa possível. "Para nós, é importante que as medidas cheguem logo às prateleiras para beneficiar a população", disse.
Para Mantega, a desoneração da cesta básica vai beneficiar principalmente a população de baixa renda. Ele destacou que a medida também irá ajudar no controle da inflação. "Temos certeza que ela (a inflação) vai permanecer sob controle", avaliou.
Pronunciamento
Na última sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff anunciou que vai zerar a incidência de PIS/Pasep-Cofins de 16 itens da cesta básica. Em seu pronunciamento, Dilma foi direta: "Conto com os empresários para que isso signifique uma redução de pelo menos 9,25% no preço das carnes, do café, da manteiga, do óleo de cozinha e de 12,5% na pasta de dentes, nos sabonetes, só para citar alguns exemplos".
Fonte: Diário do Nordeste
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