sábado, 16 de março de 2013

A reforma eleitoreira

Da coluna Política, no O POVO deste sábado (16), pelo jornalista Érico Firmo:
Dilma Rousseff (PT) começou a fechar sua reforma ministerial. O governo não vai bem, mas sua prioridade absoluta é resolver o problema político – que talvez vá ainda pior. Aumentou o quinhão do PMDB, principal aliado, mas que tem ajudado a fazer da presidente um saco de pancadas no Congresso Nacional. Seja em questões menores, como na rebelião contra recondução de diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) – com único objetivo de expor a insatisfação ao Palácio do Planalto – ou em momentos-chave, como na derrota do governo na aprovação do novo Código Florestal.
Na única linguagem que tem sido eficiente para os presidentes desde Fernando Henrique para negociar com os peemedebistas, Dilma lhes deu mais cargos, inclusive com o remanejamento do ministro Moreira Franco, que não disse a que veio na pasta de Assuntos Estratégicos, mas foi promovido para a área de Aviação Civil. Tratou de acomodar também a parcela mineira no partido, em pagamento pelo apoio na eleição municipal em Belo Horizonte. Na qual, aliás, o candidato petista saiu derrotado, o que contribuiu para deixar a fatura mais salgada. Também para conter a insatisfação do PDT, que ameaçava sair da base, a presidente mexeu no Trabalho. O PSD é outro que será agraciado, mas mais à frente.
As trocas têm efeito unicamente político, mas não contribuem um milímetro para aumentar a eficiência administrativa. Dilma se move de olho na sua reeleição e parece não se preocupar em melhorar seu governo. Como se ignorasse que o melhor cabo eleitoral que pode ter são os resultados da própria gestão. Mas, sai ministro, entra ministro, não se tem perspectiva de melhora no que não está nada bem.

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