284 vagas não foram preenchidas, segundo Ministério da Saúde
Apesar de o Ceará ter sido o estado com maior número de participantes no Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab) em 2013, com 691 médicos, 284 vagas não foram preenchidas de acordo com a necessidade do Estado. Segundo o Ministério de Saúde, a demanda feita pelos municípios cearenses em dezembro de 2012, informava anecessidade de 975 vagas para o Provab. Na Capital, 110 profissionais ingressaram no programa.
Atualmente, o Estado tem 1,3 médicos para cada mil habitantes, número abaixo da média nacional, que apresenta 1,8 médicos. O diretor adjunto do Departamento de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Sáude, Felipe Proença, confirma que mesmo com o desenvolvimento do programa por parte do Ministério, ainda não é possível suprir a demanda. "Os prefeitos tinham demandado muito mais. No Ceará, em um estado onde houve o maior número de participantes, mesmo assim a demanda ainda é maior do que está sendo colocado", explica.
Nesta sexta-feira (17), o Ministério da Saúde divulgou em Fortaleza, o primeiro balanço de 2013 do Provab. Desde março, 1.277 médicos ingressaram nas UBS nos estados do Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte. O secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, destacou que a falta de médicos não é um problema só das Unidades Básicas de Sáude, como também das especialidades em todo o país.
No Brasil, segundo Odorico Monteiro, foram apresentadas 9.500 vagas para serem supridas, em contrapartida 3.800 profissionais aderiram ao programa em 1.291 municípios. "Nacionalmente, só para o Saúde da Família, temos um déficit de 6 mil médicos. Temos uma avaliação que as equipes da Saúde sem médico são de aproximadamente 25%", informa o secretário. Em 2012, 381 profissionais participaram do programa no país. No Ceará, o número atingiu 123 médicos.
O Provab promove o atendimento em unidades básicas na periferia de grandes cidades, municípios do Interior com populações carentes e de regiões remotas. Os médicos recebem uma bolsa mensal de R$ 8 mil, paga integralmente pelo Ministério da Saúde e devem cumprir 32 horas semanais de atividades práticas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 8 horas semanais de curso de pós-graduação em Saúde da Família com duração de 12 meses.
Médicos cubanos podem vir ao País suprir falta de profissionais
A possível vinda de 6 mil médicos cubanos ao País está gerando divergência entre os profissionais da saúde desde que foi anunciada. Enquanto o governo federal decide sobre a possível contratação, o Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou na quinta-feira, que irá ingressar com uma representação na Procuradoria-Geral da República contra os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Alexandre Padilha (Saúde) e Aloizio Mercadante (Educação) devido à possível contratação.
Para o diretor adjunto do Departamento de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Sáude, existe uma dificuldade por parte do CFM, de reconhecer a qualidade da formação em outros países. "Acho que a uma dificuldade de entender a necessidade e a qualidade de formação em outros lugares. 60% dos médicos que atuam nos Estados Unidos são estrangeiros de países que têm conhecida formação. Temos que olhar para a situação de países e avaliar o ingresso de profissionais estrangeiros de instituições reconhecidas".
Felipe Proença atribui a falta de profissionais no Brasil, à causa da demanda de médicos estrangeiros. "A gente não tem nenhuma dúvida que falta médico no Brasil, e se considerar que o país que vem crescendo muito, a falta de médicos vai ficar mais evidente. Até o ano que vem, vamos precisar de 27 mil médicos". E explica: "Hoje temos 16 mil ingressantes nos cursos de medicina, mas mesmo assim, temos 0,8 médicos para cada 10 mil pessoas no Brasil".
Fonte: Diário do Nordeste
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