domingo, 20 de janeiro de 2013

Cidades para além da academia

Estar longe de esteiras, bicicletas ergométricas e halteres não significa baixa qualidade de vida. Descubra o que te faz bem e viva Fortaleza!
A noite nem precisa ter amanhecido ou o dia, anoitecido para uma legião frenética de pernas e braços surgir nas ruas de Fortaleza. Gente inquieta com o sedentarismo e que não encontra no roteiro das centenas de academias da cidade a tão procurada qualidade de vida resultante da prática de exercícios. Seja porque não gosta de ficar trancafiada entre quatro paredes ou porque não se adequa à rotina das mesmas atividades feitas da mesma forma diante das mesmas pessoas e (quase sempre) com o mesmo som ambiente. Gente que prefere o contato com a natureza.

Há dez meses, Danilo Magno Morais e Silva, 23, transforma-se em borrões no céu da Aerolândia. Ele patina com amigos no complexo de lazer do bairro. Dá saltos de tirar o fôlego de quem assiste. Aderiu ao esporte depois de um período como hobby na Praia de Iracema e de antipatizar com a musculação, também experimentada. “Já cheguei a vir um mês seguido todo dia. Isso aqui é minha vida. Aqui tem um clima bom. Tá sentindo o vento? Academia é como ficar preso”, justifica.

Por conta do novo hábito, o jovem paulistano lista mudanças no corpo que reforçam pesquisas de instituições renomadas sobre o quão benéfico é fazer algum tipo de atividade física ao ar livre. Danilo se sente mais disposto e adquiriu melhor preparo físico. “Pra fazer o que eu gosto, só preciso que não chova. E isso não é um problema para Fortaleza”, comemora. “Não estar em academia força a gente a se reeducar. Porque você faz seus próprios horários e tem que ter disciplina”, lembra.

A Universidade de Glasgow, nos Estados Unidos, divulgou ano passado estudo que cita que a prática de exercícios fora do circuito de academias tem relação direta com a redução dos níveis de estresse e tensão. Três anos antes, a Universidade de Rochester (também nos EUA) anunciou ser mais revigorante para o organismo se gastarmos 20 minutos movimentando-nos de alguma forma na rua ao invés de ficarmos tomando uma xícara de café.

Sacrifício ou não, trocar “vícios” como a cafeína para integrar uma legião de atletas urbanos, o fato é que não só o dia a dia deve correr. Você também! Correr, caminhar, nadar, andar de skate, velejar, patinar, andar de bicicleta... “O prazer pessoal é muito importante. Quem se submete a exercícios não faz só uma vez. Faz duas, três, quatro vezes por semana. É um hábito constante. Essa experiência é para ser agradável, gostosa, prazerosa. Não pode ser uma coisa forçada, que você faz por obrigação”, lembra o médico do esporte, Marcus Strozberg. Ele e outros especialistas ouvidos pelo O POVO apontam o perfil do “atleta de rua” como algo em franco crescimento em Fortaleza, especialmente porque a cidade oferece geografia plana (excelente para o ciclismo, por exemplo) e opções para muitas atividades.

Mas é preciso atentar para uma série de cuidados. Da alimentação à roupa, nada deve ser decidido sem avaliação profissional prévia. Para ajudar você, já praticante ou não, o Ciência&Saúde desta semana coloca o tema em pauta. Você sabia, por exemplo, que fazer exercícios ao ar livre é recomendado para quem tem depressão? Descubra o porquê nas próximas páginas. E conheça gente que encontrou várias Fortalezas saudáveis dentro de uma Fortaleza cada vez mais acelerada.

SKATE
“Já cheguei a vir um mês seguido todo dia. Isso aqui é minha vida. Aqui tem um clima bom. Tá sentindo o vento? Academia é como ficar preso”. Assim, Danilo Magno Morais e Silva, de 23 anos, define a rotina sobre o skate no complexo esportivo da Aerolândia.
Fonte: OPovo

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