Waldemir Catanho não aceitou a indicação para concorrer à Prefeitura de Fortaleza. A decisão já foi comunicada a Luizianne Lins. O responsável pelas articulações políticas do Palácio do Bispo era o preferido da prefeita para sucedê-la. Salvo focos localizados – o deputado federal Artur Bruno em particular – a candidatura já era aceita pela maior parte das tendências do PT. Com ele fora do páreo, o cenário dentro do partido é de indefinição, a menos de nove meses do pleito.
A opção preferencial do grupo de Luizianne passa a ser o secretário da Educação do Município, Elmano de Freitas. Desde que deixou a coordenação do orçamento participativo e assumiu a educação municipal, em setembro do ano passado, ele gradualmente começou a despontar dentro da lista original de 13 pré-candidatos lançados pelo partido.
Na época do anúncio das opções petistas, em julho de 2011, Elmano era apontado, em levantamento feito pelo O POVO, na parte de baixo da relação. Estava entre os seis nomes considerados com poucas chances de sair candidato. A ida para a Educação alterou seu status.
Os mimos aos professores da rede municipal no fim do ano, com o pagamento de 40% adicionais do 13º salário – e justo em momento de desgaste do Governo do Estado com a categoria – sinalizavam que ele começava a ser preparado como opção real para a disputa.
Contudo, a desistência do pré-candidato que despontava como “plano A” representa retrocesso nas articulações dentro do PT. Enquanto a opção por Catanho já vinha sendo dada como certa e já era digerida pelas diversas forças internas, a indicação de Elmano – ou qualquer outro que venha a ser indicado – terá de ser rediscutida.
O problema não é só interno. O acordo com Catanho já era considerado certo pela maioria dos partidos que apoiam a Prefeitura na Câmara Municipal. Era ele quem dialogava diretamente com os vereadores e tinha apoio garantido de boa parte dos parlamentares. No PSB – o parceiro mais cobiçado – havia resistências ao coordenador político, em função da proximidade com Luizianne. Com Elmano, contudo, a rejeição é ainda maior: ele é igualmente próximo da prefeita, mas tem menor expressão e trânsito políticos.
Resistência
Luizianne começou a se movimentar para fazer de Catanho seu sucessor desde 2010, quando tentou emplacá-lo como candidato a vice-governador. Mas sobrou para ele apenas a vaga de suplente de Eunício Oliveira (PMDB) no Senado. Contudo, o próprio Catanho sempre se mostrou hesitante e sempre resistiu à articulação para tentar lançá-lo à Prefeitura.
(O POVO)
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