quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Plano do governo contra o crack prevê câmeras em cracolândias

O governo federal lançou nesta quarta-feira (7) um plano nacional para o enfrentamento do crack, com investimento estimado de R$ 4 bilhões, que prevê medidas nas áreas de saúde e segurança pública. O programa era uma das promessas de campanha da então candidata Dilma Rousseff.
Uma das medidas anunciadas em cerimônia no Palácio do Planalto é a instalação de câmeras em locais onde se concentram usuários da droga –as chamadas cracolândias. “Com câmeras fixas nesses territórios, teremos imagens que permitirão a fiscalização e policiamento dessas áreas”, afirmou o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).
O ministro disse que as centrais de monitoramento também vão poder evitar eventuais “desvios de conduta” das autoridades. A intenção é manter um policiamento ostensivo nessas regiões e revitalizar esses espaços.
Com o slogan “Crack, é possível vencer”, as ações do plano de combate ao crack estão divididas em três eixos: atendimento aos dependentes e seus familiares, combate ao tráfico de drogas e prevenção. Estados e municípios também devem colaborar com a iniciativa da União.
“O crack para nós hoje, na saúde pública, tem a mesma dimensão desse desafio [de combate à Aids]. (…) Tecnicamente, estamos diante de uma epidemia do crack no país”, disse o ministro Alexandre Padilha (Saúde), em referência ao aumento de número de casos de dependentes químicos e de sua distribuição no país.
O plano prevê um total de 308 consultórios de rua em todo o país, até 2014. Formados por médicos, enfermeiros e psicólogos, devem atender os usuários de droga, com foco para a população em situação de rua. Em entrevista à Folha em novembro, Padilha afirmou que oito consultórios devem ser implantados na cidade de São Paulo.
Outra novidade do plano é a criação de enfermarias especializadas nos hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde). Até 2014, o Ministério da Saúde prevê o repasse de recursos para a criação de 2.462 leitos, que serão usados para atendimentos e internações de curta duração durante crises de abstinência e em casos de intoxicações graves. O valor pago pela diária também crescerá quatro vezes, chegando a R$ 200, conforme antecipou a coluna Mônica Bergamo.
“Para a gente de fato enfrentar e vencer esse desafio, nós temos que ter a cabeça aberta e aceitar todas as iniciativas tomadas pela sociedade. Obviamente, cada uma de acordo com sua responsabilidade e sua competência”, disse a presidente Dilma Rousseff.
(Folha)

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