terça-feira, 18 de outubro de 2016

Brasil Nas asas da funasa

Nas asas da funasa

Controladoria-Geral da União acusa presidente da Fundação Nacional de Saúde de usar dinheiro público para fazer turismo

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, já afirmou que a Fundação Nacional de Saúde é um antro de corrupção e presta serviços de baixa qualidade. "A situação é muito grave, não podemos deixar como está. Temos de mudar", alertou o ministro há alguns meses. Ele pediu ao Palácio do Planalto a demissão do presidente da Funasa, Danilo Forte. Seu pedido, porém, não foi atendido porque Forte tem as costas largas: pertence à cota do PMDB no governo Lula. Mas Temporão acertou em cheio quando fez o demolidor diagnóstico sobre a Funasa. Levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU), obtido por ISTOÉ, mostra que Forte usa dinheiro do órgão público para fazer turismo e negócios particulares. Mais da metade de suas viagens oficiais tem como destino o Ceará. Em 2006, o presidente da Funasa fez 47 viagens com dinheiro do Erário, 28 delas para o Ceará, seu Estado natal. "O Ceará tem um clima muito bom, faz sol o tempo inteiro", ironiza o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que é correligionário de Forte.
Os auditores da CGU investigaram as viagens de Forte desde o início de sua gestão. "Não foram apresentadas justificativas, por parte do servidor, para as ocorrências relatadas", dizem os técnicos, ao analisar o repetido roteiro nordestino. Segundo a CGU, não há documentos para comprovar os eventos que ensejaram o pagamento de diárias nas viagens de Forte para Fortaleza em 2007, inclusive nos fins de semana. As explicações apresentadas pela Funasa não foram aceitas pelos auditores.
"As viagens estão todas justificadas"
Danilo Forte, presidente da Funasa
"A situação da Funasa é muito grave. Temos de mudar"
José Gomes Temporão, ministro da Saúde
Mesmo no período em que estava de férias, Forte viajou com dinheiro do órgão público. A CGU descobriu até uma viagem para o Uruguai com pagamento de diárias acima do número de dias da estada. A diretoria da Funasa, que dispõe de carros alugados para ir ao aeroporto, embolsa o adicional de transporte para a mesma finalidade. O Ministério Público Federal (MPF) impetrou ação na Justiça pedindo o ressarcimento do dinheiro e a perda dos direitos políticos de Forte. Segundo o procurador federal do Distrito Federal, Alexandre Meireles Marques, o presidente da Funasa tem negócios no Ceará. "As viagens ao Estado do Ceará seriam para tratar de assuntos particulares", conclui o procurador na representação.
DIÁRIAS Relatório aponta pagamento indevido para viagem ao Uruguai
Apesar de todas as evidências, Forte nega o uso de dinheiro público para fins privados. "As viagens estão todas justificadas", afirmou ele à ISTOÉ, por intermédio de sua assessoria. Contudo, a ex-chefe da comunicação da Funasa Luíza Emília Mello, em depoimento ao MPF, confirmou a farra das viagens e denunciou convênios irregulares do órgão com vários municípios do Rio de Janeiro. Luíza mostrou-se espantada com o grande número de telefonemas de Forte para o dono da Ônix Serviços, Alessandro Carvalho de Miranda, que já foi investigado por suspeita de envolvimento em esquema de desvio de recursos da Funasa no Rio de Janeiro. Em outra ação na Justiça, Forte terá de explicar a contratação de 295 funcionários terceirizados para aparelhar a fundação e executar tarefas que já eram realizadas por servidores do quadro. Portanto, a situação de Forte é tão grave quanto a da Funasa. Temporão que o diga.
Fonte:http://istoe.com.br

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