Às vésperas de o PT decidir se acaba ou não com as prévias, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, mostra como a democracia partidária pode trazer resultados positivos
Alan RodriguesINVESTIMENTO
Recursos públicos aqueceram a economia de Fortaleza
e a renda média da população cresceu mais de 50%
A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, sempre gostou de uma boa briga. Seu embate mais célebre foi travado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que queria porque queria impedir que ela se candidatasse a prefeita da capital do Ceará no agora distante ano de 2004. Às vésperas da eleição municipal daquele ano, Lula, José Genoino, José Dirceu e a maioria da cúpula petista tentaram intervir no diretório local para que o partido não lançasse candidatura própria. Na época, os “chefões do PT” pretendiam empurrar goela abaixo do partido como candidato ideal o nome do senador Inácio Arruda, do PCdoB. Lula perdeu. Os militantes optaram pela candidatura da petista e, mesmo sem o apoio do presidente da República, Luizianne venceu as eleições. “Eu era a patinha feia da história”, diverte-se hoje a prefeita, que há muito fez as pazes com Lula e boa parte da cúpula petista.
Agora, às vésperas do fim de seu segundo mandato como prefeita de Fortaleza, Luizianne se prepara para um novo embate com Lula. O tema, mais uma vez, envolve o poder de decisão dos diretórios em tempos de eleição. O ex-presidente, assim como parte importante dos caciques petistas, quer acabar com as prévias para a escolha de candidatos, pondo fim a uma tradição democrática do PT. Luizianne vai para o congresso nacional do PT, no início de setembro, decidida a lutar contra a proposta. E levará como armas principais para essa briga a sua própria história e o que vem ocorrendo neste momento no diretório municipal do PT de Fortaleza. Lá, mais de um ano antes das eleições, 13 petistas não esperaram a decisão do congresso nacional do partido e lançaram suas pré-candidaturas à sucessão de Luizianne.
A profusão de pré-candidatos em Fortaleza está diretamente ligada ao bom momento que vive a administração municipal. A cada ano, a gestão da prefeita Luizianne coleciona o aument o de expressivos indicadores de desenvolvimento sociais e econômicos. Dona da quinta maior população entre as capitais do País, com quase 2,5 milhões de habitantes, Fortaleza foi a capital nordestina que mais reduziu a pobreza em sua periferia, entre 2001 e 2008, segundo pesquisa do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPS/FGV). Traduzindo, a renda média dos moradores da periferia da capital cearense aumentou 52,25%, passando de R$ 204,34 para R$ 311,11, um crescimento cinco vezes maior do que o registrado em Salvador ou São Paulo. “Os números revelam uma maior inserção da população no mercado formal de trabalho, consequência de uma política educacional em conjunto com um resultado macroeconômico mais equilibrado”, avalia o economista Mercelo Neri, autor do estudo.
Desde que assumiu a prefeitura, Luizianne tem dado uma atenção especial às populações mais carentes, o que lhe tem rendido duras críticas. “A classe méd ia odeia a prefeita, mas os pobres da cidade representam quase 70% do município”, afirma o cientista político Francisco Moreira, da Universidade de Fortaleza (Unifor). “O importante é que aumentamos em muito nossa receita, sem aumentar impostos, e estamos conseguindo investir na cidade”, diz Luizianne. Os investimentos da prefeitura em 2010 renderam ao município o posto mais alto do ranking das capitais do Norte e do Nordeste na geração de empregos formais e a quarta colocação entre as cidade brasileiras, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. Pelos dados do MTE, a capital cearense abriu 54.669 novos postos de trabalho com carteira assinada, superando Salvador (BA), com 37.786, e quase o dobro de João Pessoa (PB), que contabilizou 28.112 novas vagas de emprego no último ano. “Programas sociais, alinhados a uma política de mão de obra formal, geram uma capacidade de compra que movimenta toda uma economia”, explica o economista Roberto Smith, ex-pre sidente do Banco do Nordeste (BNB).
Segundo os números da prefeitura, nos sete anos à frente do governo, a gestão de Luizianne reduziu em 52% a mortalidade infantil – crianças mortas antes de completar um ano de vida. Em 2004, morriam 21,2 crianças por 100 mil nascidos e no último ano esse número despencou para 12. Para complementar o saldo positivo da administração, Fortaleza é a terceira maior rede pública municipal de educação, com 240 mil alunos matriculados, só perdendo para São Paulo e Belo Horizonte. Agora resta saber se todos esses números ajudarão Luizianne na batalha que ela vai voltar a travar com a cúpula do PT.
Agora, às vésperas do fim de seu segundo mandato como prefeita de Fortaleza, Luizianne se prepara para um novo embate com Lula. O tema, mais uma vez, envolve o poder de decisão dos diretórios em tempos de eleição. O ex-presidente, assim como parte importante dos caciques petistas, quer acabar com as prévias para a escolha de candidatos, pondo fim a uma tradição democrática do PT. Luizianne vai para o congresso nacional do PT, no início de setembro, decidida a lutar contra a proposta. E levará como armas principais para essa briga a sua própria história e o que vem ocorrendo neste momento no diretório municipal do PT de Fortaleza. Lá, mais de um ano antes das eleições, 13 petistas não esperaram a decisão do congresso nacional do partido e lançaram suas pré-candidaturas à sucessão de Luizianne.
A profusão de pré-candidatos em Fortaleza está diretamente ligada ao bom momento que vive a administração municipal. A cada ano, a gestão da prefeita Luizianne coleciona o aument o de expressivos indicadores de desenvolvimento sociais e econômicos. Dona da quinta maior população entre as capitais do País, com quase 2,5 milhões de habitantes, Fortaleza foi a capital nordestina que mais reduziu a pobreza em sua periferia, entre 2001 e 2008, segundo pesquisa do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPS/FGV). Traduzindo, a renda média dos moradores da periferia da capital cearense aumentou 52,25%, passando de R$ 204,34 para R$ 311,11, um crescimento cinco vezes maior do que o registrado em Salvador ou São Paulo. “Os números revelam uma maior inserção da população no mercado formal de trabalho, consequência de uma política educacional em conjunto com um resultado macroeconômico mais equilibrado”, avalia o economista Mercelo Neri, autor do estudo.
Desde que assumiu a prefeitura, Luizianne tem dado uma atenção especial às populações mais carentes, o que lhe tem rendido duras críticas. “A classe méd ia odeia a prefeita, mas os pobres da cidade representam quase 70% do município”, afirma o cientista político Francisco Moreira, da Universidade de Fortaleza (Unifor). “O importante é que aumentamos em muito nossa receita, sem aumentar impostos, e estamos conseguindo investir na cidade”, diz Luizianne. Os investimentos da prefeitura em 2010 renderam ao município o posto mais alto do ranking das capitais do Norte e do Nordeste na geração de empregos formais e a quarta colocação entre as cidade brasileiras, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. Pelos dados do MTE, a capital cearense abriu 54.669 novos postos de trabalho com carteira assinada, superando Salvador (BA), com 37.786, e quase o dobro de João Pessoa (PB), que contabilizou 28.112 novas vagas de emprego no último ano. “Programas sociais, alinhados a uma política de mão de obra formal, geram uma capacidade de compra que movimenta toda uma economia”, explica o economista Roberto Smith, ex-pre sidente do Banco do Nordeste (BNB).
Segundo os números da prefeitura, nos sete anos à frente do governo, a gestão de Luizianne reduziu em 52% a mortalidade infantil – crianças mortas antes de completar um ano de vida. Em 2004, morriam 21,2 crianças por 100 mil nascidos e no último ano esse número despencou para 12. Para complementar o saldo positivo da administração, Fortaleza é a terceira maior rede pública municipal de educação, com 240 mil alunos matriculados, só perdendo para São Paulo e Belo Horizonte. Agora resta saber se todos esses números ajudarão Luizianne na batalha que ela vai voltar a travar com a cúpula do PT.
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