quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

*A CAUCAIA QUE FICOU NA LEMBRANÇA - Parte 2°



Quando caminho nas ruas da cidade e não encontro a Zefinha pedindo açúcar, que não me deparo com o Federal me dizendo: “Olha o coco Federalzinho” ou a Celeste desfilando elegantemente  na pracinha da Prefeitura, me dá uma saudade do tempo em que tudo podia se identificar pelo objeto ou serviço:
Quem fazia nossos portões e nossas soldas era o Lucivado que tinha sua empresa de lado com o bar do seu Casemiro e hoje é o viaduto; O vigia da praça era o seu Chico Cabatan, que era muito simpático e prestativo; Nosso imposto de renda ou anotações contábeis eram feitos pelo Seu Wellington Monteiro; Quem consertava nossos jeeps era o Zé Sapato; Nossa roupa lavada e passada era uma especialidade da dona Mundola; Quem clareava nossa cidade era o seu Pedro da Luz, que caminhava orgulhosamente até o coreto da praça de onde adicionava os disjuntores elétricos; Nosso bolo fôfo e Luiz Felipe com refresco de tamarindo e coco, era na lanchonete do seu Celso; Os botijões de gás eram comprados no seu Zé Simão, que de quebra ainda se podia ganhar uma bela manga rosa; As nossas injeções eram aplicadas pelo seu Raimundinho, homem muito digno que morava no bairro do açude; Minha escolinha funcionava no prédio da prefeitura, onde tinha uma bela árvore que dava frutas-pão e serviam um mingalzinho gostoso de milho.Quem pegava nossas crianças recém-nascidas era a dona Cotinha , que era chamada de mãe por muitos que tiveram a felicidades de vir ao mundo pelas mãos dessa santa senhora;No colégio Luzardo Viana, o bom era merendar aquelas tapioquinhas na folha de bananeira vendidas na lanchonete do compadre Pedro.No Janusa Corrêa, os bolos gostosos eram vendidos pela Auremir e sua companheira inseparável; Na portaria, dava para se encontrar o Chico Picolezeiro. Figura muito querida na cidade. Muito educado e conversador; A pipoca era feita pelo seu Agenor, que gostava de comparecer em todos os eventos vendendo suas saborosas pipocas. As linhas, agulhas, botões eram comprados no armazém do seu Jerônimo, onde o atendimento era feito por ele e pelo filho Zé Maria. Tinha de tudo nessa loja; Seu João Besta também tinha tudo nesse seguimento e era muito agradável e brincalhão; Nosso craque era o Ivan Sales e o violão que encantava as rodas de amigos vinha dos acordes perfeitos do Misael . 
Nossa cidade é maravilhosa e nosso povo construiu sobre rochas nossa cultura que segue no pensamento daqueles que não deixam a história passar como nuvens.
                                                                        *Texto de Suevan Braga.*

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