A mobilização aconteceu à altura do Tabapuá e envolveu cerca de 400 alunos
FOTOS: JOSÉ LEOMAR
Por 20 minutos, alunos bloquearam uma das pistas da BR-222 para exigir o fim da tarifa inteira nos ônibus
Caucaia. A luta pela meia passagem interestadual irrestrita teve, ontem, mais um capítulo. Cerca de 400 alunos, das redes de ensino fundamental e médio, e até universitários, voltaram a bloquear uma rodovia federal, para chamar a atenção do poder público, que deverá atender, pelo menos 50 mil estudantes em todo o Estado.
O bloqueio aconteceu no quilômetro cinco, da BR-222, em Tabapuá, bairro de Caucaia. A movimentação começou por volta das 10 horas, com carro de som, faixas e cartazes, clamando pela meia passagem interestadual, antigo pleito dos estudantes cearenses.
O presidente da Associação dos Estudantes do Estado do Ceará (Asesc), Cláudio Rocha, informou que o número de 50 mil estudantes abrange desde aqueles matriculados no ensino regular, bem como universitários, pré-universitários e dos cursos de idiomas.
"É uma relação extensa, mas que atende, sobretudo, aquelas pessoas de baixa renda que deixam de estudar porque não têm como arcar com os custos de transporte no próprio Estado", afirmou Cláudio.
Etapas
O presidente da Asesc lembrou que essas mobilização vem acontecendo por etapas. O primeiro momento aconteceu com a interdição de parte da pista da CE-065, no sentido interior à Capital, no dia 25 passado. Ontem, o bloqueio aconteceu numa das pistas da rodovia federal, no sentido Capital ao interior.
Por fim, está prevista para o próximo dia 14 um ato público em frente à Assembleia Legislativa. Claudio explicou que a ideia e envolver toda a sociedade para o pleito, haja vista a necessidade que o pleito seja atendido.
O presidente da Associação Metropolitana dos Estados (Ame), Rivelino de Oliveira, informou que participaram do protesto alunos das Escolas de Ensino Fundamental José Maria Pontes da Rocha, Afonso de Medeiros, Manuel Camilo, Dona Lavínia, Rotary Club, Luíza Távora, localizadas no entorno do Tabapuá e comunidades vizinhas.
"Este é um movimento que cada vez mais faz crescer a participação, haja vista que as restrições impostas para a meia passagem afeta sobremaneira as pessoas de famílias de baixa renda", afirmou Rivelino.
O presidente da Ame destacou que a entidade vem tomando posições firmes para que reivindicação seja atendida, de forma irrestrita. "Não queremos que a meia passagem seja restrita às macrorregiões. Isso exclui os estudantes que buscam universidades em cidades polos e não têm como pagar a passageira inteira", salientou o presidente da Ames.
Rivelino ressaltou que a proposta também já encaminhada à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), que ingresse o coro pela liberação dos formulários de solicitação de carteiras da macrorregiões e prorrogação do credenciamento das entidades já habilitadas a iniciarem o processo de confecção.
Pacificamente
O ato ocorrido na manhã de ontem transcorreu pacificamente. O tráfego de veículos que chegou a um extenso congestionamento por questões de minutos era desviado pela Rua 1 do Conjunto Tabapuá, com a ajuda de patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A estudante Maria Elisabeth Gonçalves Pereira, 19 anos, residente em Fortaleza, estuda em Caucaia e diz que os gastos com transportes estão sendo uma carga bastante pesada no orçamento de sua família.
"Não tenho trabalho. Todas as minhas despesas são pagas pelos meus pais. Daí que acho mais que justo, os estudantes se unirem em prol da meia passagem interestadual e que aconteça de forma irrestrita", disse.
Mais informações:
Associação dos Estudantes do Estado do Ceará (Asec)
Rua Pedro Borges, Nº 75 - Centro
Fortaleza
Telefone: 3094.4747
MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER
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